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quarta-feira, 21 de abril de 2010


A história de Zumbi dos Palmares é a história da bravura do povo negro.
Zumbi é aquele nenezinho negro, nascido em Palmares, ali pelos idos de 1656. É um dos sobreviventes de um massacre e que foi entregue aos cuidados do “Padre Melo”, em Porto Calvo, com quem conviveu até os 15 anos e aprendeu “astronomia”, “matemática”, “história da Bíblia”e “latim”, chegando a coroinha.
O “Padre Melo” lhe batizou com o nome de “Francisco”, em homenagem ao Santo que falava com os animais. Sentindo-se emancipado, “Francisco” parte em busca de seu destino, indo parar em Palmares, quando adota o nome de “Zumbi”.
Ativo e muito instruído para a época, ganhou a confiança de todos e é nomeado o comandante das armas pelo seu tio “Ganga Zumba”, na ocasião o “Rei Supremo de Palmares”.
É assim que “Zumbi dos Palmares”entra para a “história” como General mais jovem do Brasil e, quiçá, do mundo, com apenas 19 anos de idade.
Seu grau de parentesco com os chefes do maior e mais célebre “quilombo”que a historia registra, faz deste personagem uma figura mitológica, por sua capacidade de comandar e resistir às inúmeras tentativas de destruição daquele reduto de homens e mulheres livres, encravado nos sertões do Nordeste brasileiro.
O seu mocambo, ou a capital de sua fortaleza, ficava a uma distância considerável da Cidade de Porto Calvo. Por ser homem de confiança dos quilombolas, passou a ocupar o cargo de “General das Armas” na administração de seu tio. “Zumbi” já trazia a marca de um valente guerreiro, pois, ferido em combate em 1675, claudicava com uma das pernas, tornando-se coxo, o que não o impediu de estar à frente de seus comandados nos momentos mais cruciais das inúmeras lutas que participou, vencendo a maioria dessas batalhas.
É importante assinalar que contra o “Quilombo dos Palmares” foram enviadas expedições com o objetivo de exterminá-lo, sem que tais propósitos fossem alcançados, em virtude dos lances de coragem dos “palmarinos”e das táticas militares postas em prática por seus comandantes contra os invasores e escravos-cratas brancos.
A Coroa Portuguesa se viu na obrigação de formar o maior contingente imperial de soldados e militares para socorrer a região do Nordeste, onde era fragorosamente derrotada cada vez que tentava enfrentar os guerreiros negros do “Quilombo dos Palmares”. É evidente que a notícia dos êxitos alcançados pelos negros em seus “quilombos”, anima os negros cativos e das senzalas do Brasil, levando-os a sonhar com a liberdade próxima e possível. Nesses “quilombos”havia negros e negras em sua grande maioria, mas havia também índios, brancos e até mesmo soldados portugueses, todos unidos na luta pela “liberdade”em combate diuturno contra o regime de escravidão.
é fácil de se deduzir que a guerra dos “Palmares”tenha se estendido, no mínimo por cem anos, ou mais.
A nação “Palmarina”começou a ser formada a partir de 1597, segundo afirmam alguns historiadores e o seu território, em permanente crescimento com a vinda de negros fugidos do cativeiro, estendi-se pelos Estados de Alagoas e Pernambuco, chegando a ter cerca de 30 mil habitantes no auge de sua existência, com “Zumbi”à frente de seu comando, de esperanças e de lutas pela “liberdade”. Conta-se que os dirigentes de “Palmares”possuíam várias mulheres e que este
costume foi trazido da África. “Zumbi”por exemplo, tinha três mulheres guerreiras que serviam de referência para as demais pela bravura, coragem e dedicação que dispensaram às suas famílias.
É bom lembrar que o “Quilombo dos Palmares” representava uma autêntica “República Negra”com a sua organização militar, de trabalho e de produção; já trabalhavam o ferro e a agricultura que incluía o plantio de mandioca, cana-de-açúcar e a criação de gado era cultivada de forma a suprir as necessidades internas, sendo que o excedente era trocado com a vizinhança por sal, pólvora e armas de fogo.
Era de esperar que tais êxitos e tal demonstração de independência, haveriam de ter o seu preço diante da ameaça que um “Quilombo”como o de “Palmares” passava a representar aos olhos de Portugal.
E a guerra se estabeleceu. Depois de vencer dezenas e dezenas de batalhas contra os invasores brancos, “Zumbi”acabou perdendo a guerra final, o que se dá com a sua morte ocorrido no dia 20 de novembro de 1695, quando este negro, herói nacional, contava 39 anos de idade.
Hoje, no Panteon da Pátria brasileira, somente dois heróis e mártires ocupam este patamar supremo da admiração e orgulho da Nação: um é “Tiradentes”, o outro é “Zumbi dos Palmares”! “Zumbi” tinha uma visão do futuro que somente os grandes revolucionários possuem”. “Este é o legado político da República dos Palmares. Este é o legado de Zumbi dos Palmares – um legado revolucionário!”.
E lembrando que nunca é demais contar e relembrar essa tão importante historia para o Brasil e principalmente para nossa querida União.
Por André Araújo

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